Instituto Histórico IMPHIC - Betim
"Sapio ut Protegam, Protego ut Praeservam"
Aos companheiros,
A cidade de Betim está prestes em nome do Progresso, mais uma vez entrar para a história do desrespeito com a memória e o sentimento de pertença de nossa gente, de nosso lugar. Já não bastassem carregarmos o desgosto de
perdermos nossa Igreja Matriz, estamos também perdendo as fachadas das casas ao
longo da Rua do Rosário, sofremos com a gradual extinção de nossas guardas de
congado. Sem mais delongas...o desrespeito continua e o silêncio compactua.
Podemos citar as cercas de metalon de muito mau gosto adotadas pelos padres que
engaiolaram o adro das Igrejas Nossa Senhora do Carmo em pleno centro da cidade
e, da Igreja São Cristovão quase uma réplica da que fora demolida.
Comprometendo a estética com uma urbanização caótica e o acesso as praças e,
sobretudo, uma afronta com nossa mineiridade...
A matéria de DAYSE RESENDE (cidades@otempobetim.com.br) sobre a demolição do Castelinho. É hoje uma cutucada na turminha do Patrimônio, na FUNARBE, na nova gestão, nos indivíduos que “vivem a cidade”. Coincidentemente,
no momento em que acontece o I Seminário Regional sobre Patrimônio Cultural.
É numa luta conjunta, que vamos introduzir Cultura, para competir com a urbanização e evitar que nossa cidade seja boa para morar e ruim para viver.
Seque abaixo trecho da matéria:
O Castelinho, antigo símbolo da cidade e que marcou diversas gerações de betinenses, está prestes a ser demolido. A construtora Balneário Rio das Pedras pretende construir no local um condomínio residencial de luxo.
Mas, enquanto isso não acontece, a vizinhança é obrigada a conviver com muitos
problemas oriundos do abandono do prédio.
Construído no bairro Brasiléia, no fim da década de 70, o Castelinho, onde já funcionou a discoteca Arroz com Bombom (agito da mocidade dos Anos 80), o Restaurante do Hudson, The Wall Bar (ponto de encontro da
juventude dos anos 90) e a Escola Sistema, está hoje completamente abandonado.
A empresa encarregada pela manutenção do local, até o fechamento desta edição,
não havia retornado as ligações feitas pela nossa reportagem.
Apesar de o prédio contar com a presença de um vigia, moradores de rua fazem da portaria principal do "castelo" um novo lar, após serem expulsos, pela prefeitura, do pátio da igreja do Rosário, no Angola, onde antes
se reuniam para passarem as noites. Além disso, o Castelinho, que poderia se
tornar uma referência cultural para a cidade transformou-se em ponto para
usuários de drogas e encontros sexuais de prostitutas e travestis.
"É comum a gente presenciar encontros sexuais. Uma parte do Castelinho se transformou em motel. Se você olhar, vai ver muita camisinha espalhada pelo terreno", disse um dos moradores de rua que vive no local.
"Nós estamos aqui na mesma condição. Então, a gente se ajuda. Fazemos comida, limpamos o terreno e tomamos banho", disse um morador, enquanto tirava do bolso um analgésico para a amiga, que reclamava de dor no
dente. Daniel Evangelista, 51, conta como foi parar lá. "Antes, eu e meu
irmão morávamos no Citrolândia, mas a dona do imóvel nos despejou e, desde
então, estamos sem um lugar fixo. Morei um tempo na igrejinha, mas me mudei
para cá há duas semanas", disse.
Abandono
Com a autorização do vigia José Leôncio da Silva, a reportagem teve acesso à área interna do castelo. Nas paredes, já descascadas, pinturas da época da escola lembram o passado, ativo.
Questionado sobre o abandono, ele disse que recebeu informações do encarregado, identificado apenas como Nico, de que o terreno foi vendido e que, no mês que vem, será demolido para a construção de um condomínio. "Ficamos
tristes com a notícia, pois o Castelinho já foi referência em Betim. A
construção é bonita e acho que deveria ser tombado como patrimônio histórico. O
que ele precisa é de cuidado", lamentou.
Para a aposentada Maria Francisca, apesar de a demolição ser lamentável, essa talvez será a única maneira de dar tranquilidade aos moradores. "Infelizmente, não souberam dar o devido valor a uma construção
tão importante para a cidade", disse. Lugar repleto de lendas e arquitetura
singular. Para os mais interessados veja a matéria completa no:
http://www.otempoonline.com.br/otempobetim/noticias/?IdNoticia=7092
Abraços sonoros!
Tags:
Rede de Movimento da Sociedade Civil de Defesa do Patrimônio Cultural
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