Instituto Histórico IMPHIC - Betim
"Sapio ut Protegam, Protego ut Praeservam"
Arquivo da Fundação Artístico-cultural de Betim - FUNARBE
1711 – A sesmaria de José Rodrigues Betim: A linha de tempo de Betim começa por volta de 1711, ano em que o bandeirante e sertanista José Rodrigues Betim, recebeu uma carta de sesmaria, que lhe concedia a posse da região de Betim. Naquele momento, Minas Gerais viveu o início “Ciclo do Ouro”, tornando-se a região mais rica do Brasil, colônia de Portugal.
A Coroa portuguesa, para garantir que ouro vindo das Minas Gerais chegasse até seus cofres, implantou uma administração específica para a extração do metal precioso. Betim não tinha ouro, mas fazia parte dessa estrutura administrativa devido à sua posição geográfica favorável: vindo de São Paulo, estava localizada no entroncamento dos caminhos que seguiam para as duas principais vilas do ouro daquele momento, Pitangui e Sabará. Por isso, Betim era um ponto estratégico no caminho do ouro para Portugal. José Rodrigues Betim, que além de bandeirante e sertanista, tinha a patente de Capitão-Mor, recebeu a sesmaria com a função de vigiar e guardar os caminhos para as vilas do ouro.
1754 – Capela Nova: A partir deste ano a cidade passou a ser chamada de “Arraial de Capela Nova do Betim”, em função de uma Capela que fora construída no local onde hoje é a Praça Milton Campos. O pedido dessa construção partiu de uma comunidade de lavradores que ficava na região do bandeirinha.
1867 – Matriz de Nossa Sra. Do Carmo: Neste ano foi concluída a construção da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, que substituiu a capela erigida em 1754. Este fato sinalizava que a população do Arraial havia crescido e, dessa forma, necessitava de um espaço maior para prática de sua religiosidade.
1894 – Capela do Rosário: O ano de 1894 marcou a fase de conclusão da edificação da Capela de Nossa Senhora do Rosário. O processo de conclusão dessa Capela foi demasiado longo. Iniciou-se com um pedido de provisão da comunidade do Rosário de Capela Nova do Betim, solicitando ao Arcebispo de Mariana provisão destinada à ereção de capela para prática e devoção religiosa á Nossa Senhora do Rosário. A construção da Capela do Rosário serviu como elemento de afirmação do bairro Angola, pelo fato da maioria dos negros de Betim, naquela época, residirem nas proximidades e cercanias da Capela.
1910 – Estrada de Ferro Oeste de Minas e Educação: Em 1910 é concluída a construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas, que tinha a finalidade de ligar a capital Belo Horizonte ao triângulo mineiro. A passagem da linha férrea em Betim acarretou em consideráveis impactos para a cidade. O de maior destaque foi o crescimento urbano ladeando a linha férrea e o deslocamento do centro comercial, que ficava na Praça da Matriz (atual Praça Milton Campos), para o entorno do cruzamento das avenidas Governador Valadares e Amazonas.
Neste mesmo ano também foi construído o Grupo Escolar Conselheiro Afonso Pena, primeiro educandário da região central da cidade– que mais tarde abrigou o Colégio Comercial por cerca de quatro décadas e onde funciona atualmente o Museu Paulo Gontijo – reforçando a importância do então novo centro urbano-comercial de Betim.
1901 – Betim, distrito de Santa Quitéria: Neste ano, Betim, que pertencia à freguesia de Curral Del Rei, passou à condição jurídica de distrito de Santa Quitéria, conhecida atualmente como Esmeraldas.
1914 – Luz elétrica: A energia elétrica chegou em Betim neste ano com a construção da Usina Hidrelétrica Doutor Gravatá, nas corredeiras do Rio Betim. A usina recebeu este nome em função de seu idealizador, o engenheiro Antônio Gonçalves Gravatá, encarregado-chefe da empresa Schnoor, contratada pelo Governo de Minas daquela época para a construção da Estrada de Ferro Oeste de Minas. Esta usina produziu energia até os anos 1950, quando, então, foi instalada uma unidade da CEMIG em Betim.
1931 – Colônia Santa Isabel: A inauguração da Colônia Santa Isabel, ocorrida neste ano, provocou uma alteração no desenho urbano de Betim, ocasionando o surgimento e afirmação do bairro Citrolândia. A construção da Colônia partiu de um projeto do Estado mineiro em parceria com o governo federal, que criaram durante os anos 1920, 30 e 40, várias unidades de confinamento e tratamento da hanseníase. Enfermos de toda parte do Estado foram enviados para a Colônia, num regime de internação obrigatória. Vários são os casos de pessoas que foram delatadas como hansenianas e levadas a revelia para serem tratadas, longe do convívio de seus familiares. O Citrolândia se formou a partir daqueles hansenianos que não tinham condições sociais e econômicas de se afastarem da Colônia e, dessa forma, ocuparam o espaço vizinho.
1938 – Emancipação política: A emancipação política da cidade veio neste ano, através de um decreto do governador do Estado de Minas Gerais, Benedito Valadares, que tornava Betim autônoma administrativa e politicamente. Em primeiro de janeiro de 1939, foi instalado o município de Betim – neste momento a cidade abandonou o nome de Capela Nova do Betim e o resumiu para Betim.
1959 – Inauguração da Rodovia Fernão Dias: A Rodovia Fernão Dias liga São Paulo e Minas Gerais. Conhecida também como BR 381, foi concluída em 1960, em São Paulo. Em 1959 foi inaugurado o lado mineiro da Rodovia e o evento de inauguração ocorreu em Betim. Esta estrada tem papel fundamental para a implantação da industria na cidade. Foi a partir de sua inauguração que Betim iniciou um rápido processo de industrialização e urbanização que abrangeu toda sua região, promovendo significativas alterações no desenho geográfico e populacional do município.
1968 – Inauguração da REGAP: A construção da Refinaria Gabriel Passos inseriu Betim no circuito de produção do petróleo brasileiro, tornando a cidade uma referência para a distribuição dos derivados do petróleo em toda região sudeste. A construção da Refinaria começa em 1964 e a condição básica para sua instalação em Betim foi a Rodovia Fernão Dias, que funciona como um eixo que liga as Indústrias Paulistas à Minas Gerais que, por sua vez, é o Estado que integra as economias do sul com as do norte do país.
1976 – Inauguração da FIAT: A construção de uma montadora da FIAT automóveis, fábrica italiana, em Betim, contribuiu decisivamente para que a cidade assumisse lugar de destaque no cenário econômico nacional. A partir de 1976, a cidade passou a crescer num ritmo muito acelerado. Nos anos 1970, a população residente estava na casa dos 40 mil habitantes; nos anos 1980, ela salta para a casa dos 84 mil; em 1996, vinte anos após a inauguração da FIAT, ela chega a 249 mil habitantes. Em 2006, segundo o IBGE, a população em Betim ultrapassou a casa dos 400 mil habitantes. A FIAT, sozinha, não é responsável por toda essa evolução populacional. Depois de sua inauguração várias empresas e indústrias prestadoras de serviços para a FIAT se instalaram, ano-a-ano, na cidade, atraindo, num ritmo desproporcional, uma quantidade exagerada de mão-de-obra, contribuindo para essa explosão populacional que a cidade sofreu.
Atualizado pela última vez por Charles Moraes de Lima 3 Jan, 2009.
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