Instituto Histórico IMPHIC - Betim

"Sapire ut protego, Protego ut conservo"

Na época das Feitorias e durante o ciclo das Capitanias hereditárias, praticamente inexistiram na Colônia manifestações artísticas. Seu aparecimento está diretamente ligado à estabilidade da terra, principalmente com a implantação do Governo Geral na Bahia, em 1549, com a chegada de Tomé de Souza. Os primeiros monumentos surgem na Bahia e logo após em Pernambuco, São Vicente (SP), Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro, pontos materialmente mais desenvolvido do território.
Vale lembrar que vieram com Tomé de Souza mestres pedreiros, mestres carpinteiros, serralheiros, canteiros, oleiros, fabricantes da cal etc., mas não consta nome de nenhum artista.
Escultores e pintores, em número reduzido, chegaram alguns anos mais tarde. Em 1560, estava na Bahia o pintor jesuíta Manuel Álvares, onde pintou o frontispício da igreja do Colégio da Bahia. Manuel Sanches, também jesuíta, chegou à Bahia em 1574, e Belchior Paulo, outro talento, foi bastante ativo antes de 1600 na Bahia, Pernambuco e Espírito Santo, onde provavelmente conheceu e retratou o Pe. Anchieta.
Segundo D. Clemente Nigra, as primeiras imagens religiosas feitas no Brasil, foram confeccionadas em barro pelo escultor João Gonçalo Fernandes (ou Viana) em 1560. Morava na Bahia, mas residiu em São Vicente para pagar pena por um delito cometido, e lá na prisão executou as imagens de N. Sra. da Conceição de Itanhaém, N. Sra. do Rosário de São Vicente e um Sto. Antônio para uma fazenda na ilha de Sto. Amaro. Eduardo Etzel, examinando as três peças, acha impossível serem do mesmo autor, devido às diferenças estilísticas e de material. O certo é que inexistem documentos que possam comprovar tal atribuição. De qualquer forma João Gonçalo aparece em documentos antigos como o nosso primeiro escultor.
Ainda no século XVI aparece o nome do arquiteto e escultor Frei Francisco dos Santos que, para D. Clemente, "enriqueceu as igrejas de sua construção com imagens de barro, tanto em Olinda e Salvador, como em Iguaraçu, Paraíba, Vitória e Rio de Janeiro". Não existe, porém, qualquer peça que lhe possa ser atribuída.
Fala-se também na execução de imagens de marfim e madeira, sem, entretanto haver referência aos seus autores. Tudo ou quase tudo vinha de Portugal. Poucas imagens eram produzidas no Brasil, inclusive de qualidade discutível.

Exibições: 108

Responder esta

Rede de Defesa do Patrimônio

Rede de Movimento  da Sociedade Civil de Defesa do Patrimônio Cultural

Maiores informações

imphic@gmail.com

© 2024   Criado por Charles Moraes de Lima.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço