Instituto Histórico IMPHIC - Betim

"Sapire ut protego, Protego ut conservo"



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A Colônia Santa Izabel representa um testemunho privilegiado da evolução do tratamento da hanseníase no Brasil: do confinamento à tentativa de integração foram várias as estratégias adotadas, que se refletem na própria configuração do conjunto. Além de sua importância como conjunto, cabe destacar ainda a existência de edificações significativas, que também devem ser protegidas.
No sentido de iniciar uma ação efetiva sobre esse importante bem cultural do município de Betim, parece-nos importante, num primeiro momento, o tombamento de um marco referencial deste conjunto – o Portal da Colônia Santa Izabel, que testemunha a concepção inicial daquele local de tratamento.
Para uma análise mais detida do processo deformação e evolução de referido conjunto e da região de Citrolândia em geral, remetendo ao livro “A história da Construção de Betim”, da Profesora Terezinha Assis. Inicialmente, ela situa a região de Citrolândia:
“A região de Citrolândia localiza-se no sul do município, próxima aos limites de Mário Campos (Ibirité) e Bicas (Igarapé). Atualmente, a região tem crescido ao longo da BR 381, o que tende a se acentuar em função de sua duplicação que já está em andamento.
A região tem uma história que inicia, neste século, com a implantação do Sanatório de Santa Izabel. Sua articulação com o município é recente, visto que a política de sua implantação levou-a ao isolamento e à segregação social, pelo estigma da hanseníase”.
Em seguida, passa a fazer consideração sobre as políticas de saúde pública do início do século XX:
“A compreensão da região de Citrolândia leva-nos a uma busca dos fatos históricos do final do século passado e início deste que geraram a implantação das colônias de hansenianos.
A consolidação do capitalismo como sistema econômico mundial gerou a reorganização do espaço geográfico, isto é, as populações se aglomeraram próximo às fábricas, dando origem a grande cidades. O Comércio mundial intensificou-se criou uma separação entre países agrícolas e industriais interdependentes. O intercâmbio de pessoas e mercadorias assumiu uma importância muito grande para a organização econômica e os portos tinham função de destaque para exportação e importação dessas mercadorias.
As aglomerações urbanas formaram bairros operários, cortiços, favelas sem condições de higiene e saúde, onde várias epidemias prosperam, dizimando grandes contigentes de trabalhadores.
A gripe espanhola, varíola, cólera, peste, febre amarela, tuberculose, e hanseníase eram doenças comuns que ocorriam nos países industriais e nos países fornecedores de matérias primas. O avanço da ciência e a necessidade de manutenção da força de trabalho geraram uma política sanitária e de saúde na Europa que, posteriormente, foi trazida ara o Brasil.
No início deste século, o país era parte do modelo de capitalismo mundial, isto é , o Brasil era um exportador de produtos agrícolas e matérias primas. O produto que se destacava na exportação era o café, sendo assim, internamente, a elite econômica e política estava ligada à econômia cafeeira.
O Rio de Janeiro era a capital do país, uma cidade com sérios problemas de doenças e grandes aglomerados urbanos, vivendo em precárias condições de saúde e higiene
É nesse contexto, que começa a ser implementada uma política pública de controle e erradicação de doenças no país. Inicialmente, tendo à frente Osvaldo Cruz e, posteriormente, Carlos Chagas.
A primeira medida tomada pelo serviço sanitário foi a vacinação obrigatória contra a varíola, cujo decreto de regulamentação, é do dia 09 de novembro de 1904. O decreto governamental enfrentou resistência da população apoiada pela oposição da época que se utilizou desa situação para canalizar a insatisfação popular para movimentos de rua contra o governo.
Apesar de manifestações contrárias à política sanitária foi implantada de forma autoritária, baseada em modelos europeus até a década de 30.

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