Instituto Histórico IMPHIC - Betim

"Sapire ut protego, Protego ut conservo"

1980
Em 1970, a população de Betim era de 35.174 e já em 1980 passou para 82.601, sendo uma das cidades que mais cresceu no Brasil.
Isto verifica-se dentro de um processo histórico de longa duração a partir de suas origens quando, no ponto estratégico de passagem das tropas que abasteciam as regiões de mineração do Pitangui e Rio das Velhas, surge o povoado.
Depois do escasseamento do ouro, o Arraial volta-se para a produção agropecuária, mantendo-se nessa condição até meados do século XX e isso é particularmente significativo para as transformações que se darão, subseqüentemente, no espaço de Betim:
•    A mudança da capital do estado, de Ouro Preto para a recém-inaugurada Belo Horizonte, em 1897, a qual imprimirá sua própria dinâmica às regiões vizinhas;
•    As políticas de industrialização implementadas pelo Estado, visando à criação de um pólo industrial competitivo, e que culminam na implantação da FIAT Automóveis e de todo um universo de linhas de produção relacionadas àquela, no período da “nova industrialização mineira”.
Este processo traz o aumento das receitas municipais e da modernização do espaço urbano”, mas a ocupação do território municipal é intensificada por um movimento migratório que contribui para a periferização acelerada e sem controle do espaço de Betim. Tanto um quanto outro são decorrentes das forças de metropolização sobre as locais, reforçando as desigualdades no município e a dualidade centro-periferia, ao longo das décadas de 70 e 80 através das forças dos arranjos políticos externos (União, Estado).
Com a crise econômica que se estabeleceu no início dos anos 80, observou-se desaceleração do processo de crescimento, retomado no final da década. O parque industrial se modernizou para adequar-se aos padrões de concorrência impostos pelo mercado externo, tais como programas de qualidade total e processos de terceirização.
Em 1980, o setor terciário, dos serviços e do comércio, localizados no centro, correspondiam a 60% do total verificado no município* . Esse período corresponde à instalação do Distrito Industrial e ao auge da expansão urbana do município, na direção leste.
Esta concentração pode ser identificados dois sub-grupos:
a)    as atividades comerciais tradicionais, de propriedade de pessoas que têm ou já tiveram participação expressa no poder local;
b)    as atividades que vêm se modernizando, por iniciativa da elite local ou de empreendedores recentemente chegados à cidade.
Deste último grupo fazem parte as redes metropolitanas de comércio e de serviços e aqueles investidores dispostos a integrar o âmbito municipal em seu raio de ação, dentro de uma visão das necessidades da realidade urbana de Betim.

* MTE – SGT/Rais-Caged

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